CAPÍTULO 1

 

CENA 1- ANOS 50/ SALÃO DE TEATRO/ COLÉGIO UNIVERSAL/ MANHÃ

Aparece uma linda jovem de aparentemente dezoito anos, vestida com um longo vestido branco. No palco ao seu redor muitas luzes, o barulho de aplausos. Esta jovem sorri como se estivesse agradecendo o aplauso do grande público... Nesse instante, as luzes se apagam, todo aquele glamour desaparece. E aquela jovem aparece vestida com um uniforme colegial, olhando assustada.

Diretora: Matando aula mais uma vez senhorita Rodrigues?

Marisa: Perdão diretora, eu estava sonhando...

Diretora: Sonhando, sonhando... É o que você vive fazendo, pois deixe pra sonhar na sua casa, não aqui na escola! Volte pra sua sala.

Maria: Ah está bem, mais que coisa...


Marisa caminha lentamente pra fora do salão, antes de sair olha pra trás e pensa: Um dia eu vou ser uma grande cantora...

CENA 2- EM UM BAIRRO MUITO POBRE/ UMA MISERA CASINHA

Uma mulher de aproximadamente uns quarentas anos, apesar de abatida ainda se vê que é muito bela, olha sem destino pela janela, enquanto algumas lágrimas tomam conta de seus olhos azuis... Marisa chega pulando e abraça essa mulher...

Marisa: Mãezinha querida, lindinha! O que foi? Você está chorando?

Antonia: Filha, o que faz aqui há essa hora? Acaba de terminar sua aula e você não teria tempo de...

Marisa: Ah mãe, por favor, o pai de uma colega minha me trouxe até aqui... Mas não tente disfarçar, o que te faz chorar?

Antonia: Ah Marisa, eu estou com muito medo...

Marisa preocupada: Por que mãe? Aqueles malditos vieram novamente te atormentar?

Antonia chorando: Vieram filha... Me disseram que se não pagarmos a divida de seu pai em uma semana, eles vão tomar nossa casa, a única coisa de valor que nos resta querida, a única coisa...

Marisa abraça a mãe nervosa: Mãezinha, se acalme por favor... Eu juro... Eu juro que não vou permitir que eles tomem a nossa casa...

Antonia: Mas o que você vai fazer filha?

Marisa: Eu não sei ainda... Maldita hora que aquele homem fez isso com a gente!

Antonia: Não fale assim de seu pai Marisa!

Marisa: Pensa bem mãe! Se ele não tivesse apostado tudo o que tinha e o que não tinha, não estaríamos nessa miséria... Eu odeio qualquer tipo de jogo... Eu odeio essas apostas, odeio!

Marisa se afasta com lágrimas nos olhos: Onde está o velhinho Bastos, mãe?

Antonia: Foi receber... Estava todo falante... Até disse que poderia nos ajudar... Mas não devemos aceitar...

Marisa: A senhora tem razão, ele não tem culpa da responsabilidade dos outros... Mãe, eu estou indo pra farmácia...

Antonia: Você não vai almoçar filha?

Marisa: Não, eu como qualquer coisa por aí... Te amo muito mãe...

Marisa sai depressa...

CENA 3- POUCO DISTANTE DALI/ UMA SIMPLES FARMÁCIA

Marisa chega sorrindo, um velho senhor faz umas contas na calculadora...

Marisa: Senhor Carequinha!

Lucio: Menina sem juízo, sabe que eu não gosto que me chamem assim... Mas e você o que faz aqui, uma hora dessas? Matou aula?

Marisa: Não... Um pai de uma colega me levou até lá em casa, e eu nem almocei, vim direto pra cá por que queria conversar com o senhor...

Lucio: E o que tem de tão importante a me dizer?

Marisa: O senhor poderia me emprestar uma quantia em dinheiro... Uma quantia alta...

Lucio: Pra pagar a divida do seu pai? Esse irresponsável deixou você e sua mãe na pior...

Marisa: É sim... Minha mãe está muito nervosa, vive amedrontada, eles deram uma semana para pagarmos ou então vão nos tirar da nossa própria casa... Me ajude senhor care... Senhor Lucio...

Lucio sorri: Menina, eu queria muito poder te ajudar, mas eu não tenho condições, ainda mais agora que estou ajudando meu sobrinho que é médico a abrir um consultório aqui...

Marisa sorri, mas está muito triste: Eu entendo senhor...

Lucio: Mas como você é uma menina muito batalhadora, eu irei aumentar o seu salário, não é aquele aumento, mas já melhora...

Marisa: Valeu senhor Carequinha! O senhor é um máximo!

Lucio ri: Ah menina! Vá trabalhar então, antes que eu me arrependa do que falei!

CENA 4- POUCO DEPOIS NA FARMÁCIA

Marisa: Poxa vida, a dona Lola pediu uma lista de remédios, e todos eles estão na última prateleira... Fazer o que? Vou ter que subir nessa escadinha... Essa escada mais velha que o chão...

Marisa sobe na escada e começa a procurar os remédios, nesse instante chega à farmácia um belo e sorridente rapaz, que pára e fica observando Marisa por um bom tempo...

De repente Marisa vai descer da escada que de tão velha quebra, e ela cai... O rapaz corre até ela...

Gustavo: Você está bem menina?

Marisa olha surpresa: Acho que não quebrou nada...

Gustavo sorri: Ainda bem... Uma menina tão bonita não pode ter nem sequer um arranhão...

Marisa se levanta com a ajuda de Gustavo: Quando você chegou que eu nem percebi...

Gustavo: Já faz um tempinho...

Marisa: E por que não falou nada?

Gustavo: Eu fiquei hipnotizado com as suas belas pernas...

Marisa faz uma careta: Seu tarado!

Gustavo ri: Esses uniformes colegiais ficam muito bem em vocês mulheres, essa saia tão curtinha e...

Marisa: E como existem homens ridículos nesse mundo que se perdem por um par de pernas... Se você não quer nada aqui, me dá licença que eu tenho mais o que fazer...

Gustavo ri... Lucio aparece...

Lucio: Gustavo, meu sobrinho querido!

Gustavo: Tio, como vai? De um jeito nessa sua empregada por que ela está me expulsando daqui...

Lucio ri: Não ligue com as coisas que essa desmiolada fala...

Marisa: Desmiolada eu? Sou mais inteligente e esperta do que vocês dois juntos...

Os dois riem e saem para conversar...

Marisa pensa: Que rapaz atrevido, idiota... Mas não deixa de ser uma tentação...

CENA 5- PELAS RUAS/ NOITE

Marisa: Nossa! Hoje eu estou mesmo muito cansada, nem vou a aula amanhã... Ainda bem que o senhor Carequinha me deixou fazer hora extra hoje... Minha mãe deve estar preocupada... Vou andar mais depressa...

De repente dois rapazes param em frente à Marisa...

Gilmar: Linda, como vai?

Marisa nervosa: Ah, que bom vê-los, pois eu queria falar seriamente com vocês!

Paco: Nossa, ta bravinha hoje ein?

Marisa: Parem de atormentar a minha mãe! Mas que coisa! Eu vou resolver o problema da divida, mas vocês tem que esperar mais um pouco, eu não tenho todo o dinheiro agora! Podemos pagar aos poucos...

Paco: Já esperamos muito tempo!

Gilmar: Ninguém obrigou seu pai apostar...

Marisa: Mas nós não temos culpa!

Paco: Pensando bem quem sabe Gilmar, nós podíamos quitar essa divida...

Marisa sorri esperançosa.

Gilmar: Você está louco cara?

Paco: Se a Marisa aceitar ficar com a gente, primeiro comigo, pois eu dei a ideia...

Marisa: Vocês estão loucos?

Gilmar: Demorou colega, agora mesmo...

Paco agarra Marisa e tenta beijá-la, ela se debate, Gilmar lhe segura os braços.

Marisa: Socorro! Me soltem! Seus imbecis!

Gustavo se aproxima nervoso: Soltem ela! Eu estou mandando!
 

 


minissérie de
Francyslaine Vicentini

produção
Bruno Olsen
Diogo de Castro
Renata Lopes

REALIZAÇÃO
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